ENQUADRAMENTO
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) foi definida por Mahoney e Lyddon (1988, cit. in Knapp, 2004) como “um termo genérico que abrange uma variedade de mais de vinte abordagens dentro do modelo cognitivo-comportamental” (Knapp, 2004, p. 19). Segundo Rangé (2001), é “…caracterizada por uma conceção naturalista e determinista do comportamento humano, pela adesão a um empirismo e a uma metodologia experimental (…) e por uma atitude pragmática quanto aos problemas psicológicos.” (p. 35).
Todas as terapias cognitivo-comportamentais assentam em três premissas básicas: (1) O comportamento é influenciado pela atividade cognitiva; (2) A atividade cognitiva é passível de ser conhecida, avaliada e modificada; (3) Ao alterar a atividade cognitiva pode-se atingir determinado comportamento (Dobson & Dozois, 2001). A primeira premissa reafirma o modelo mediacional básico, o qual atesta que a avaliação cognitiva de uma determinada situação pode implicar a maneira como reagimos a ela (Mahoney, 1974). A segunda premissa, a de que a atividade cognitiva pode ser conhecida, avaliada e modificada, contém duas proposições implícitas: a primeira é a de que se consegue ter acesso às atividades cognitivas, conhecê-las e avaliá-las e a segunda é a de que a avaliação da atividade cognitiva antecede a sua alteração. A terceira e última premissa resulta da adoção direta do modelo mediacional, tendo a cognição um papel fundamental na mudança de comportamento, conforme confirmam vários estudos realizados (Bandura, 1997).
Resumindo, todas as abordagens da TCC assumem que as cognições influenciam as emoções e o comportamento, e que as ações e os comportamentos podem alterar, substancialmente, os pensamentos e as emoções (Wright, Basco, & Thase, 2008).